Friday, March 28, 2008


Renatinho, querido, mamãe põe você na cama, meu bem, aí, debaixo, as pulgas do Beto, e tem pesadelo, escuro, no carpete. Não, pituco, a gente tá aqui, preocupe, não, pequeno, pai ajuda, qualquer coisa, grita muito, sabe? Isso, benzinho, medo, não, caramba, tem a Gigirafa lá, só olhos enquanto você dorme. Sei, filhão, os brinquedos, no sono, pra proteger, então. Fantasia, Rê, fantasia demais. Nada, não, é aqui pertinho, o pai dá um jeito, salta, se for. Aí, a gente faz uma festa juntos amanhã. No Bob's, filho? De novo? Não, não, Renato, mamãe já disse, hora de voltar pro quarto, agora; a gente dorme também, ué? Ai, caramba, não, nada; cobre o rosto, não, que dá Rinite, pó no armário; naftalina, barata, também não.


"Renato, Renato". Olhou devagarinho: de novo, não! As pálpebras feito persiana, desvendo antes, escondo até. E quem fala, outra vez, é o Lolobo, meu deus. Quero não. Cobertor na testa não cala a noite de ninguém. Que jeito de amarrar a imaginação, o mundo de aventura que treme lá fora. "Ô, Renato, larga disso, pombas; (mais alto) tem conversa para ser. Depois, vou repetir nunca mais, tempo gasto com medo na vida é desperdício de minutos a mais de tesão".
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