Hoje, ônibus, Santiago.
Daqui, desse banco, mais interessado nas pessoas de dentro. Que na janela lá fora. O sotaque da menina loira, do rapaz moreno. Sou daqui. Eu venho de longe, retruquei, assim mesmo, voz alta, resposta a pergunta nenhuma. Em português. Olharam: você, estrangeiro. Fechei os meus, com a mão: sou, nasci para ser em mundo diferente. Uma menina cantava igual, no disco que tinha, tendo ainda, no lugar onde nasci. Para ser, desmanchado, em cada momento, em cada contato. A bola de sorvete: o gosto de gianduia jamais repete o mesmo gosto. De gianduia, ou de qualquer gosto diferente. Substantivo era para ser em maiúsculas, porque existem, sentimento nosso, dobrado na língua. ich möchte ein Buhr. mein Buhr, minha vida em Santiago, em Berlim, ou Barcelona. Eu sou, porque sinto assim. Sou de qualquer lugar.
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