Não tinha notado antes - a grande graça da vida, o motivo sagrado do dia a dia, não tem hora para acontecer. Abriu a porta do quarto, sem camisa; observou a criança perdida num ônibus chinês. A neve cobrindo o rosto, os tons pastéis, alguns contrastes de sombra escura. Encostou a janela, permaneceu investigando o sobe e desce da agulha trilhando as covas do vinil. Estava com preguiça de dançar. Andava cansado. Avançou a música, alcançou o trecho com colagens de guitarra e soul americano. Estalou os dedos, deitado - tinha saudade de muita coisa.
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