Monday, January 01, 2007

SUBLINHEI EM 2006

"... estando na universidade, quase não tinha colegas, esquivava-se de todos, não visitava ninguém e recebia raramente em seu cômodo. Aliás, logo todos lhe deram as costas. Ele não participava das assembléias comuns, nem das conversas, nem das brincadeiras, de certa forma não participava de nada. Estudava com intensidade, sem se poupar, e por isso o respeitavam, mas ninguém gostava dele. Era muito pobre e de certo modo soberbamente orgulhoso e não comunicativo; como se ocultasse algo a respeito de si mesmo. Aos outros colegas parecia que os via, a todos, como crianças, de cima, como se julgasse todos pelo desenvolvimento, pelo conhecimento e pelas convicções, as quais considerava inferiores às suas." p, 66

"Eu falava que a vida em sociedade exigia pequenas e às vezes grandes renúncias. Que exigia a degola da inação, eu costumava dizer. Que exigia até mesmo o abandono precoce da sanha infantil, costumava acrescentar." p. 54

"Sem alma, só haveria o presente; e se não houvesse mais que o presente, não haveria tempo". p.29

"Éramos amigos e agora somos estranhos um ao outro. Mas não importa que assim o seja: não procuremos escondê-lo ou calá-lo como se isso nos desse razão para nos envergonhar. Somos dois navios, cada um dos quais com seu objetivo e sua rota particular; podemos cruzar-nos, talvez, e celebrar juntos uma festa, como já o fizemos - e esses corajosos barcos estavam lá tão tranqüilos, debaixo do mesmo sol, no mesmo porto, que se teria acreditado que tinham alcançado o objetivo, o mesmo destino. Mas a onipotência de nossas tarefas separou-nos em seguida, empurrados para mares diferentes, debaixo de outros sóis - e talvez nunca mais nos voltemos a ver: mares diferentes, sóis diversos nos mudaram! Era preciso que nos tornássemos estranhos um ao outro: era a lei que pesava entre nós; é exatamente por isso que nos devemos mais respeito. Para que a idéia de nossa antiga amizade torne-se mais sagrada! Há provavelmente uma formidável trajetória, uma pista invisível, uma órbita estelar, sobre a qual nossos caminhos e nossos objetivos diferentes estão inscritos como pequenas etapas; elevemo-nos até este pensamento. Porém, nossa vida é demasiado curta, e nossa vista, demasiado fraca para que possamos ser mais que amigos, no sentido em que o permite essa sublime possibilidade... Acreditemos, então, na nossa amizade estelar, mesmo se tivermos de ser inimigos na terra." p. 145

"Una mano. Un abrir y cerrar. Difícil de justificar. O alzada para espantar a una mosca. Pero, si no hay moscas. Entonces, por qué no hacer que las haya? La tentación es fuerte. Para que las espante. Una mosca viva confundiéndolo con un muerto. Enterada de su error y renovándolo incontinente. Qué aportación a la compañía! Una mosca viva confundiéndolo con un muerto. Pero, no. No espantaría a una mosca." p. 27

"Un diós sin recompensa ni castigo, un diós sordo es la única imaginación religiosa de los hombres en rebeldía." p. 43

"También pienso en aquello de lo que no hablaba: algún secreto insignificante nunca revelado - no por pudor, sin duda, sino, lo que es equivalente, porque el material lingüístico del que disponía era demasiado reducido para exponer lo esencial, y su orgullo demasiado inflexible para permitir que lo esencial se encarnara en palabras humidelmente aproximadas -, algún exceso del espíritu en torno a un boato irrisorio, un deleite vergonzoso por todo aquello que faltaba." p. 21
free web stats