Friday, December 22, 2006

Quando me dei conta, era romântico entre ateus. E herege digno do ódio do cristão mais piedoso. Viver por conta, sem a ilusão de pertencer. Detestável na diferença, solitário; ah, existe um rebanho para mim? Senhor, senhor, diz-me, por Deus, faz-me entender quem sou. Uma resposta e serei fiel. Werther acreditou no amor; Antoine morreu enjoado, foi falta de sentido. Se me disseres, és ateu; sê-lo-ei com fé, entregue à verdade de quem carece de explicação. O romântico tem esperança; o ateu é forte, bravo, e desiludido. Marx foi poeta, cordão que amarra o romântico ao existencialista. "Tão suave, tão fiel ela era, devotada ao céu, da inocência imagem pura, que a Graça teceu." Morreu para encarnar "meu Deus". Eu quis ser descrente, quis ser leal; no meio do caminho, fiquei sem o respeito de ninguém.
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