A vida muda o curso num corredor de supermercado. Ou numa pista de dança, com emoção cafona. O sobrinho tenta alcançar a prateleira com um cereal de soja. E pede ajuda. Confuso, porque ama demais, diz: "pai". E você se dá conta de que talvez mereça um filho. Naquele sobrado apertado, o desespero de que jamais será para sempre, um balcão e a oitava cerveja. Cambaleante, atravessado pelo entorno, completamente inacessível, Eduardo mexe o corpo, molha o cabelo e decreta felicidade eterna nos quatro quadrados que marcam o passo no chão. Ninguém. Nada explica a vida enquanto estamos distantes. Dançando.
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