Dei dois passos e parei. Chorei um pouco. Pouquinho. Descobri o lugar de onde eu via o céu redondo. A primeira vez, tendo sido a última. A primeira imagem: houve uma mãe para todo mundo. Ainda assim, órfão. Porque houve, acho. Olhei de novo, do alto de uma montanha de terra batida. "Grita", disseram. Assobiei, medi o eco; queria perder o medo no meio de uma imensidão. Quase me perdendo antes. "Parece um pássaro", a minha voz. Abri os braços, grande outra vez. Meu mundo feliz sempre foi redondo, no traço azul de um giz esverdeado. Voei com os pés no chão; para ir longe, vou longe em mim. Eu era mais, numa vida de subtração. Saudade da tia Sandra. Fiz uns parênteses, quis parar o relógio, a entrega do momento, queria lembrá-lo para sempre, enquanto houvesse eu.
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