Passaram por mim, precisava de texto novo. Ficaram impressionados, impressionando de alguma maneira. No alto de Blagoevgrad, o mundo parecia pequeno. De volta, na medida que me viu nascer, asfixio, tão pouco o ar. Duvido que um dia volte a voar; de longe e de cima, pensaria na mesma vila que conheci na Bulgária. Sem repetir as mesmas histórias, com o medo de antes, quero o risco de me decepcionar de novo. Não tenho a mesma tribo de trinta anos ago, não tenho as mesmas razões de então. O balanço do corpo mudou, as ruas não me reconhecem, apesar de muito familiares. Contei alguma aventura, fiz amigos outra vez. Fazendo ainda, no desperdício do excesso de lembranças velhas. No primeiro lugar da fila, Lana. No segundo, Leandro. Morro de vergonha de ter de mudar de amigos porque talvez não haja novidade em mim. Ser inédito, sendo repetitivo, entre gente estranha, sempre esquisita. O mundo mente em cada lugar onde está sendo, conflitante e irreconhecível para quem vê da ponta de lá. Não quero esquecer, tem parte minha sendo longe daqui. Deve ser por isso que tenho tanta saudade. Vou convidar você para dançar; tem história que escorrega num passo fora do lugar. Enquanto tiver quem se lembre de mim, vou ter coragem de continuar. No te enfades, hubo un yo, habiendo aún.
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