SATURDAY NIGHT
Bueno, y a veces, o muchas veces, nos preguntamos qué significado habrá de tener la vida. Una opinión: a vida é isso, poucos personagens que marcam e muitas histórias que desaparecem. Me sinto um pouco no meio dessa luta, tentando ser alguma coisa que fique, alguma história digna das melhores lembranças. Agora mesmo, por exemplo, me vejo pensando numa garota chamada Simone. Mas quem é? Quem seria. Foi numa ladeira de Ouro Perto, numa overdose de música eletrônica, em meio a tanto samba e tanto axé, que ela disse, assim, susssurrando no meu ouvido: você me excita. E levava um decote arriscado, cheio de linhas proibidas; alguma coisa que insinua, sem entregar. Reparando de longe, até chegar bem perto, pertinho, e, com jeito de pouco carnaval, saltar em sua direção, apenas com alguma expressão, vi as coisas acontecerem. Vi que me esperava, que buscava alguma coisa não tão óbvia para um carnaval, muito mais clara para um sexo underground. Simone, alguns meses depois, estou eu, aqui, lembrando você. Sem saber nem mais nem menos do que aquele suor agitado, testemunho de uma noite de março de 2005. Sei, sei. Ninguém saberia. O tempo balança num ritmo estonteante e, nas curvas mais fechadas, derruba as casquinhas que incomodam. Espero que você não saiba de mim, porque é sem saber de você que fico a imaginar o tanto que poderia ter sido, sabendo. Um beijo, Simone. Os tempos, os lugares se perdem, e a gente se substitui. Porque, já disse, são poucos os personagens que ficam e muitos os enredos que apagam sobre a folha envelhecida.
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