Eu poderia falar francês. E estar sentado, hoje mesmo, num bar escuro em Paris. Há alguns anos, antes de vir para cá, de decidir casar; de precisar ter um, dois, três cachorros para dividir e suportar a atenção, realmente cheguei a acreditar que levaria a vida de lugar em lugar. Querendo morar um pouco em Buenos Aires, falar um pouco de alemão.
Entrei num trabalho. Entrei em diversas relações. Não percebi o que estava fazendo, porque a gente faz uma porção de coisas sem perceber por que está fazendo. Depois de feito, está feito, olha só. Poderia estar escrevendo de uma lan house em Tallinn, ou olhando o céu de um morro alto, em Blagoevgrad. Olhei um dia - e hoje estou diante do computador, ouvindo os passos e os três cachorros lá na sala. Mal nenhum.
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