Sou dessa teoria, sempre disse. Escrever sem grande cuidado. Ou pouca, se possível, censura. Quase nula. Sento, folheio duas páginas e decido a próxima palavra, roubada da letra da música nos fones de ouvido. Penso no suor que resfria o corpo, ou tenta. Em vão. Então, tomo uma caneta na mão e, em seguida, lembro que só tem servido para anotar recados. A Raquel não ligou. Incomodado com a reforma da língua, os anos que somei ontem, anteontem e amanhã, faço a prece mais bonita, única que sei, para a vida do gato que vive na guarita do prédio - a síndica fez circular a punição oficial da ração para o bichinho, perto da piscina. E imediatamente depois, tenho certeza de estar gastando a prece, única que sei, com um bichinho que tem sete vidas. E meu livro, pela metade, no laptop, sem antivírus há mais de 2 anos, quase sem tempo de acontecer nesse ano ou no outro, únicos que tenho. É por isso que, indignado, troquei a cadeira de posição, pedi licença para mim mesmo e resolvi redigir mais um post, sempre com os olhos, lá na frente, dou um jeito de coletar esses textos, os melhores, no romance que estou escrevendo.
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