- Então, você chora muito ouvindo música?
- É, às vezes. Diversas vezes, na verdade.
- Tenho vontade, mas é complicado comigo. O olho enche, e não transborda. Engraçado, né?
- Adoro essa sensação.
- Estar triste?
- Não, não. Esse olho recheado, sem pingar. Quando acontece isso, fico tão bem. Têm dias, vindo de casa para o trabalho, cruza o vento com diversas coisas que lembro, ou invento, tudo tão perfeito no cinema que guardo na cabeça - os olhos borram a paisagem com toda essa lágrima represada.
- Um exemplo.
- Uma festa numa chácara perto de Buenos Aires; uns amigos e eu dançando "Djobi Djoba", com um lago no horizonte, em maio de um ano que ainda não existiu. Eu me lembro com todos os detalhes.
- Não, um exemplo de música...
- Ah... Uma que tem cumprido o papel: "Acto de constricción".
- Tem como ouvir? Quem sabe acontece comigo...
- Claro, vai acontecer. Manda um e-mail para
soyjulius@gmail.com, com "
temita" no assunto, e respondo em seguida. Mando a música, evidente.
- Obrigado,
chico.
-
De res, meu amic.
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