Foi duro. E teve medo. Por alguns instantes, poucos, e esqueceu o próprio nome. Pombas! E por quê? Agora... Tantos anos, a frágil convicção de que... Enfim, alguma coisa haveria de dizer "aqui está, tem-te a ti mesmo". Nada, naquele intervalo o vazio não tinha cura. É que, sei, é, disse, não, não, enfim, claro que, evidente. Sem resposta. Nome? Houve algum, sei sim; a vida rejeitou meu batismo, que foi dos outros. Fui penetra no dia em que Deus me abençoou. Desculpe, não era para ser, já sabe. Olhou disfarçado, não saberia pedir por um inhame. Aquele ali, por duas, dois daqueles. Qual, doutor? Aquele, esse mesmo. Dois, por favor. Sem nome, confuso, perdido, erraram o nome que me deram. Insuficiente, gastou uma vida, impotente. Seu nome? O senhor não quer pendurar? Como? Conta? Perdoe, estou confuso, quisera dizer. Mas, não, como ficaria: ninguém daria crédito, não, não assim, sem nome nem apelido. Mentir, pensou, desesperado. Foi assim o tempo todo. Mentiram sobre mim. Ludovico, balbuciou. Isso, isso, me chamam "Vico". Sem coragem e derrotado: tudo o que a gente quer é uma mentira para acreditar. Oh, Deus, deixei a conta aberta, em nome de alguém. Pecado, será? Vico, querido, anda, tem gente na fila.
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