Thursday, July 03, 2008

Tá. Eu sei. Talvez brincadeira de mão não fosse o caminho. Mas é que tem horas, camarada, horas que. Você entende. Dá para imaginar o resto da vida ouvindo que ela come a mesma comida que eu? Rapaz, escuta isso: na fila do supermercado, e a loira dondoca repetindo, orgulhosa: a Raquel come da mesma comida que eu, Helena. Acredita? Tava falando da babá do filho. Trato a pão-de-ló. E sabe o que ela queria dizer com "pão-de-ló"? Pus cama pra ela e uma TV no quarto. Era pra dormir no chão? Que loucura, e tem jeito? Não, camarada, se tem que ser com a mão, ou com o pé, que seja, hermano. Tive que fazer. Não leve a mal. Um movimento de futuro é assim: acontece. Segui a piranha até o estacionamento. O Luis correu na seção de papelaria. Puxei a camiseta até o pescoço, cobrindo o rosto. E gritei: "Quieta aí, piranha. Não mexe em nada". Ai, meu Deus. "Gritou, furei, entendeu, belezura?". Entrei no carro, ela para dentro. Tava histérica, Fernando. Histérica. Tremendo mais que garota nos vídeos-squirt do Youporn. Tirei a tesoura, cala a boca, vagabunda. Não, não, pelamordedeus, isso, não, por favor; socorro, bico calado, lindinha, não, Jesus, que é isso, meu Deus? Por favor, vai, vai acostumando, ai, Deus, isso, assim, bem devagarinho, faz o que você quiser, rapaz, o que quiser, sei disso, agora, é só o que eu quiser, paquita, meu corpo, arranca meu dedo, minha língua, chupo se quiser, chupa, é, taradinha?, mas, não, Deus meu, meu cabelo, não, pelo que há de mais sagrado no mundo.
E aí, Nando? Tá dentro?

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